O impacto do consumo crónico de álcool nas funções de inibição de resposta e autocontrolo.

Autores

  • Maria Virgínia Araújo Autor/in
  • Juliana Oliveira Paul Autor/in
  • Maria Nascimento Cunha Autor/in
  • Sílvia Costa Pinto  Autor/in

DOI:

https://doi.org/10.51473/rcmos.v1i2.2024.778

Resumo

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), um alcoólico é definido como um indivíduo que consome álcool em excesso e cuja dependência está associada a perturbações mentais, problemas de saúde física, dificuldades nas relações interpessoais e alterações no comportamento social e económico (Oliveira et al., 2022). Nos últimos anos, o consumo de álcool tem registado um aumento significativo, sendo este crescimento mais acentuado em países em desenvolvimento. O consumo excessivo de bebidas alcoólicas é reconhecido como o quinto fator de risco para mortes prematuras e incapacidades em todo o mundo, abrangendo condições hepáticas, deficiências nutricionais e diversos tipos de cancros. Além disso, diretamente relacionado à dependência química e ao aumento da ocorrência de episódios de violência e acidentes (Mello et al., 2001). Também se encontra amplamente associado a défices nas funções executivas, especialmente na inibição de resposta, que é a capacidade de suprimir impulsos inadequados ou ações automáticas. Esta função é essencial para o autocontrolo e é mediada principalmente pelo córtex pré-frontal, uma região frequentemente comprometida em indivíduos com Perturbação do Uso de Álcool (PUA). Estudos neuropsicológicos demonstram que indivíduos com dependência de álcool apresentam dificuldades significativas em tarefas que requerem inibição de respostas, como a tarefa Go/No-Go. Estes défices estão associados a alterações no funcionamento do córtex pré-frontal, responsável pelo controlo de impulsos e tomada de decisões (Nogueira et al., 2021).

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Maria Virgínia Araújo


    Maria Virgínia Araújo

    E-mail: virginiaa481@gmail.com

  • Juliana Oliveira Paul

    Juliana Oliveira Paul
    E-mail:julianapaul.psi@gmail.com 

  • Maria Nascimento Cunha

    Maria Nascimento Cunha
    Email: maria14276@gmail.com

  • Sílvia Costa Pinto 

    Sílvia Costa Pinto 
    https://orcid.org/0000-0002-0606-8255
    E-mail: silviamncosta@gmail.com 

Referências

American Psychiatric Association. (2013). Diagnostic and statistical manual of mental disorders (5th ed.). Arlington, VA: American Psychiatric Publishing. https://doi.org/10.1176/appi.books.9780890425596

American Psychological Association. (2017). Ethical principles of psychologists and code of conduct. APA.

Bertagnolli, A. C., Kristensen, C. H., & Bakos, D. S. (2014). Dependência de álcool e recaída: considerações sobre a tomada de decisão. Aletheia, 43–44, 188–202. Disponível em: https://www.redalyc.org/articulo.oa?id=355633001013

Bogenschutz, M. P., Ross, S., Bhatt, S., Baron, T., Forcehimes, A. A., Laska, E., Mennenga, S. E., O’Donnell, K., Owens, L. T., Podrebarac, S., Rotrosen, J., Tonigan, J. S., & Worth, L. (2022). Percentage of heavy drinking days following psilocybin-assisted psychotherapy vs placebo in the treatment of adult patients with alcohol use disorder: A randomized clinical trial. JAMA Psychiatry, 79(10), 953–962. https://doi.org/10.1001/jamapsychiatry.2022.2096

Chatrian, G.E., Lettich, E., & Nelson, P.L. (1985). Ten Percent Electrode System for Topographic Studies of Spontaneous and Evoked EEG Activities. American Journal of Electroneurodiagnostic Technology, 25, 83-92.

Cunha, P. J., & Novaes, M. A. (2004). Avaliação neurocognitiva no abuso e dependência do álcool: implicações para o tratamento. Brazilian Journal of Psychiatry, 26(suppl 1), 27–32. https://doi.org/10.1590/S1516-44462004000500007

Cunha, M. N., Pinto, S. C., & Barata, N. C. (2024). The impact of the Stroop effect on cognitive assessment: A study on selective attention. International Journal of Current Research and Applied Studies, 3(3), 33–43. https://doi.org/10.61646/IJCRAS.vol.3.issue3.79

Delorme, A., & Makeig, S. (2004). EEGLAB: An open source toolbox for analysis of single-trial EEG dynamics including independent component analysis. Journal of Neuroscience Methods, 134(1), 9–21. https://doi.org/10.1016/j.jneumeth.2003.10.009

Feldens, A. C. M. (2009). Avaliação das funções executivas no dependente do álcool [Dissertação de Mestrado, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul]. PUCRS.

Ferreira, L. S., Caixeta, F. V.,Ferreira, A. G. F., Cunha, P. E. L., & Schuch, H. C. (2022). Manual dotécnico em EEG (2ª ed.). Thieme Revinter. Capítulo 2: Bases da atividadeelétrica no cérebro.

Ferreira, L. S., Caixeta, F. V., &Schuch, H. C. (2022). Manual do técnico em EEG (2ª ed.). Thieme Revinter.

Figueiredo, V. L. M., & Nascimento, E. (2007). WISC-III e WAIS-III: Alterações nas versões originais americanas e considerações sobre a adaptação brasileira. Psicologia: Reflexão e Crítica, 20(3), 490-499. Disponível em: [https://www.scielo.br/j/prc/a/wdkf3mMNJRq3BShfqTMmWdc/](https://www.scielo.br/j/prc

Hofland K, Johansson S (1982) Word frequencies in British and American English. The Norwegian Computing Centre for the Humanities NAVF, Bergen

Im, CH. (2018). Basics of EEG: Generation, Acquisition, and Applications of EEG. In: Im, CH. (eds) Computational EEG Analysis. Biological and Medical Physics, Biomedical Engineering. Springer, Singapore. https://doi.org/10.1007/978-981-13-0908-3_1

Luck, S. J. (2014). An introduction to the event-related potential technique (2nd ed.). MIT Press.

Mello, M. L. M. de, Barrias, J. C., & Breda, J. J. (2001). Álcool e problemas ligados ao álcool em Portugal. Direção-Geral da Saúde.

Niedermeyer, E., & da Silva, F. L. (2005). Electroencephalography: Basic principles, clinical applications, and related fields. Lippincott Williams & Wilkins

Noël, X., Van der Linden, M., d’Acremont, M., Bechara, A., Dan, B., Hanak, C., & Verbanck, P. (2007). Alcohol cues increase cognitive impulsivity in individuals with alcoholism. Psychopharmacology, 192(3), 291–298. https://doi.org/10.1007/s00213-006-0695-6

Nogueira, V., Melo, M. M., Gasparinho, R., Pereira, I., & Teixeira, J. (2021). Perturbações do uso de álcool na população geriátrica. Revista Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental, 7(4), 136–139. https://doi.org/10.51338/rppsm.262

Nunez, P. L., & Srinivasan, R.(2006). Electric Fields of the Brain: The Neurophysics of EEG (2nd ed.). OxfordUniversity Press.

Oliveira, A. B. da S., Pereira, A. C. P., Figueiredo, B. Q. de, & Ferreira, C. de C. (2022). Efeitos deletérios do uso crônico de álcool sobre a função orgânica humana: Uma revisão integrativa de literatura. Research, Society and Development, 11(9), e15411931873. https://doi.org/10.33448/rsd-v11i9.31873

Pereira, M., Bastos, J. H., Oliveira,L., Soares, J. M., Oliveira, J. F., & Freitas, J. C. (2003). Estímulosemocionais: processamento sensorial e respostas motoras. Revista Brasileira dePsiquiatria, 25(suppl 2). https://doi.org/10.1590/S1516-44462003000600007

Reis, C. I. C., Araújo, A. I. M. P., & Pereira, A. T. F. (2021). Impulsividade e compulsividade na Perturbação por Uso de Álcool – implicações e comparação com a Perturbação Obsessivo-Compulsiva. Mestrado Integrado em Medicina – Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra.

Sanei, S., & Chambers, J. A. (2007). EEG Signal Processing. Wiley.

Santos, R.S., & Coutinho, D. J. G. (2024). Neurociência,conceitos e teorias. Revista Ibero-Americana de Humanidades, Ciências eEducação, 10(5), 2611. https://doi.org/10.51891/rease.v10i5.14048

Sazgar, M., Young, M.G. (2019).Overview of EEG, Electrode Placement, and Montages. In: Absolute Epilepsy andEEG Rotation Review. Springer, Cham. https://doi.org/10.1007/978-3-030-03511-2_5Montenegro, M. A., Cendes, F.,Guerreiro, M. M., & Guerreiro, C. A. M. (2022). EEG na prática clínica (4ªed.). Thieme Revinter.

Schomer, D. L., & Lopes da Silva,F. H. (Eds.). (2017). Niedermeyer’s electroencephalography: Basic principles,clinical applications, and related fields (7th ed.). Oxford University Press. https://doi.org/10.1093/med/9780190228484.001.0001

Siuly, S., Li, Y., Zhang, Y. (2016). Electroencephalogram (EEG) and Its Background. In: EEG Signal Analysis and Classification. Health Information Science. Springer, Cham. https://doi.org/10.1007/978-3-319-47653-7_1

Thakor, N.V., Sherman, D.L. (2013). EEG Signal Processing: Theory and Applications. In: He, B. (eds) Neural Engineering. Springer, Boston, MA. https://doi.org/10.1007/978-1-4614-5227-0_5

Willhelm, A. R., Pereira, A. S., Koller, S. H., & Almeida, R. M. M. (2018). Altos níveis de impulsividade e consumo de álcool na adolescência. Revista Latinoamericana de Psicología, 50(1), 1–8. https://doi.org/10.14349/rlp.2018.v50.n1.1

Arquivos adicionais

Publicado

06.12.2024

Como Citar

ARAÚJO, Maria Virgínia; PAUL, Juliana Oliveira; CUNHA, Maria Nascimento; PINTO , Sílvia Costa. O impacto do consumo crónico de álcool nas funções de inibição de resposta e autocontrolo. RCMOS - Revista Científica Multidisciplinar O Saber, Brasil, v. 1, n. 2, 2024. DOI: 10.51473/rcmos.v1i2.2024.778. Disponível em: https://submissoesrevistacientificaosaber.com/index.php/rcmos/article/view/778.. Acesso em: 21 dez. 2024.