O impacto do consumo crónico de álcool nas funções de inibição de resposta e autocontrolo.
DOI:
https://doi.org/10.51473/rcmos.v1i2.2024.778Abstract
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), um alcoólico é definido como um indivíduo que consome álcool em excesso e cuja dependência está associada a perturbações mentais, problemas de saúde física, dificuldades nas relações interpessoais e alterações no comportamento social e económico (Oliveira et al., 2022). Nos últimos anos, o consumo de álcool tem registado um aumento significativo, sendo este crescimento mais acentuado em países em desenvolvimento. O consumo excessivo de bebidas alcoólicas é reconhecido como o quinto fator de risco para mortes prematuras e incapacidades em todo o mundo, abrangendo condições hepáticas, deficiências nutricionais e diversos tipos de cancros. Além disso, diretamente relacionado à dependência química e ao aumento da ocorrência de episódios de violência e acidentes (Mello et al., 2001). Também se encontra amplamente associado a défices nas funções executivas, especialmente na inibição de resposta, que é a capacidade de suprimir impulsos inadequados ou ações automáticas. Esta função é essencial para o autocontrolo e é mediada principalmente pelo córtex pré-frontal, uma região frequentemente comprometida em indivíduos com Perturbação do Uso de Álcool (PUA). Estudos neuropsicológicos demonstram que indivíduos com dependência de álcool apresentam dificuldades significativas em tarefas que requerem inibição de respostas, como a tarefa Go/No-Go. Estes défices estão associados a alterações no funcionamento do córtex pré-frontal, responsável pelo controlo de impulsos e tomada de decisões (Nogueira et al., 2021).
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