O impacto da prisão antecipada na seletividade penal e noencarceramento em massa no Brasil
The Impact of Pretrial Detention on Penal Selectivity and Mass Incarceration in Brazil
DOI:
https://doi.org/10.51473/rcmos.v1i1.2025.810Palavras-chave:
Prisão Antecipada; Seletividade Penal; Encarceramento Em Massa; Populações Vulneráveis; Justiça Criminal No Brasil.Resumo
O presente artigo investiga o impacto da prisão antecipada no agravamento da seletividade penal e no fenômeno do encarceramento em massa no Brasil, com foco nas consequências desproporcionais para populações vulneráveis, especialmente negros e pessoas em situação de pobreza. Por meio de uma abordagem qualitativa, o estudo utiliza revisão bibliográfica e análise crítica de dados secundários para compreender como a aplicação da prisão antecipada reforça o ciclo de exclusão social e penal, evidenciando a estrutura racista e desigual do sistema de justiça brasileiro. Parte-se de uma análise teórica sobre os conceitos de seletividade penal e encarceramento em massa, avançando para uma discussão crítica sobre os efeitos da prisão antecipada na perpetuação da superlotação prisional e violação de direitos humanos. A pesquisa apresenta, ainda, reflexões sobre a inadequação da prisão antecipada como ferramenta processual e propõe alternativas legislativas e políticas públicas que visem mitigar seus impactos, como o uso de medidas cautelares diversas e a priorização de estratégias que promovam a equidade racial e socioeconômica no sistema penal. Conclui-se que a prisão antecipada, ao invés de cumprir sua função de garantir a ordem pública, reforça a cultura punitivista e a exclusão estrutural, demandando uma revisão urgente de suas aplicações e uma reorientação do sistema de justiça criminal.
Downloads
Referências
ADORNO, Sérgio. A gestão do sistema penitenciário brasileiro. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 1995.
ADORNO, Sérgio. A prisão e as prisões: ensaios sobre instituições totalitárias. São Paulo: EDUSP, 1995.
ALMEIDA, Silvio Luiz de. Racismo estrutural. São Paulo: Pólen, 2019.
BARATTA, Alessandro. Criminologia crítica e crítica do direito penal. Rio de Janeiro: Revan, 2002.
BATISTA, Nilo. Introdução crítica ao direito penal brasileiro. Rio de Janeiro: Revan, 2011.
BATISTA, V. Malaguti. O medo na cidade do Rio de Janeiro: dois tempos de uma história. Rio de Janeiro: Revan, 2011.
CNJ. Relatório Justiça em Números 2021. Brasília: Conselho Nacional de Justiça, 2021.
FÓRUM BRASILEIRO DE SEGURANÇA PÚBLICA. Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2023. Disponível em: https://forumseguranca.org.br. Acesso em: 29 nov. 2024.
FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir: nascimento da prisão. Petrópolis: Vozes, 1987.
GOFFMAN, Erving. Estigma: notas sobre a manipulação da identidade deteriorada. Rio de Janeiro: LTC, 1988.
INFOPEN. Relatório Nacional de Informações Penitenciárias. Brasília: Ministério da Justiça, 2021.
INFOPEN. Sistema Nacional de Informações Penitenciárias: Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias. Brasília: Ministério da Justiça e Segurança Pública, 2021.
LOPES JÚNIOR, Aury. Direito processual penal e sua conformidade constitucional. São Paulo: Saraiva, 2021.
OLIVEIRA, Marcelo. A seletividade penal e a prisão preventiva no Brasil. São Paulo: Editora Jurídica, 2020.
SANTOS, Jair Andrade. Racismo estrutural e o sistema de justiça criminal no Brasil. Brasília: UnB, 2021.
SANTOS, Maria Clara. Direitos humanos e o sistema penal brasileiro. Curitiba: Juruá, 2021.
SILVA JÚNIOR, João Carlos. Seletividade penal e criminalização da pobreza no Brasil. São Paulo: Saraiva, 2019.
WACQUANT, Loïc. As prisões da miséria. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001.
ZAFFARONI, Eugenio Raúl. Em busca das penas perdidas: a perda da legitimidade do sistema penal. Rio de Janeiro: Revan, 2011.
Downloads
Arquivos adicionais
Publicado
Edição
Seção
Categorias
Licença
Copyright (c) 2025 Sérgio Alves Teixeira Júnior (Autor/in)

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Este trabalho está licenciado sob a Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional (CC BY 4.0). Isso significa que você tem a liberdade de:
- Compartilhar — copiar e redistribuir o material em qualquer meio ou formato.
- Adaptar — remixar, transformar e construir sobre o material para qualquer propósito, inclusive comercial.
O uso deste material está condicionado à atribuição apropriada ao(s) autor(es) original(is), fornecendo um link para a licença, e indicando se foram feitas alterações. A licença não exige permissão do autor ou da editora, desde que seguidas estas condições.
A logomarca da licença Creative Commons é exibida de maneira permanente no rodapé da revista.
Os direitos autorais do manuscrito podem ser retidos pelos autores sem restrições e solicitados a qualquer momento, mesmo após a publicação na revista.