A inclusão digital como pilar democrático: Acessibilidade web para pessoas com deficiência visual no portal gov.br
Digital inclusion as a democratic pillar: Web accessibility for people with visual impairments on the gov.br portal
DOI:
https://doi.org/10.51473/rcmos.v1i1.2025.969Palavras-chave:
Inclusão Digital. Acessibilidade Web. Deficiência Visual. Cidadania.Resumo
A inclusão digital representa um dos pilares fundamentais para a consolidação da cidadania democrática no contexto contemporâneo, especialmente no que se refere ao acesso de pessoas com deficiência visual às plataformas governamentais digitais. Este artigo tem como objetivo analisar a acessibilidade do Portal GOV.BR, principal ambiente digital de serviços públicos do Brasil, à luz das diretrizes internacionais e nacionais de acessibilidade web. A pesquisa foi conduzida por meio de uma abordagem qualitativa, utilizando o método do estudo de caso e a análise documental, com ênfase nas Web Content Accessibility Guidelines (WCAG 2.1) e no Modelo de Acessibilidade de Governo Eletrônico (eMAG). Foram realizados testes de navegação estruturada com tecnologias assistivas, como leitores de tela, e observados aspectos de navegabilidade, compatibilidade, contraste, alternativas textuais e organização semântica do conteúdo. Os resultados evidenciam avanços relevantes, como a disponibilização de recursos de acessibilidade e a estruturação lógica de informações, mas também revelam limitações que comprometem a experiência plena dos usuários, como a ausência de descrições alternativas em alguns elementos e inconsistências na ordem de navegação por teclado. Conclui-se que, embora o Portal GOV.BR tenha evoluído significativamente no que se refere à acessibilidade digital, ainda existem barreiras que precisam ser superadas para garantir a efetividade do direito à informação e a plena inclusão digital. O fortalecimento das práticas de acessibilidade deve ser contínuo, incorporando a participação dos usuários reais no processo de aprimoramento dos serviços públicos digitais.
Downloads
Referências
ALMEIDA, Fernanda. A inclusão digital como política pública: desafios contemporâneos. São Paulo: Cortez, 2019.
ALMEIDA, Fernanda; PEREIRA, Lucas. A acessibilidade como direito fundamental: desafios e perspectivas. Revista de Direitos Humanos e Tecnologia, v. 7, n. 3, p. 112-129, 2022.
ALMEIDA, Fernanda; SILVA, Laura. Design universal e inovação social: caminhos para a inclusão. Revista Brasileira de Acessibilidade e Inclusão, v. 4, n. 1, p. 58-76, 2021.
BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo. 3. ed. São Paulo: Edições 70, 2016.
BRASIL. Secretaria de Governo Digital. Modelo de Acessibilidade em Governo Eletrônico – eMAG. 5. ed. Brasília, 2020. Disponível em: https://www.gov.br/governodigital/pt-br/temas/acessibilidade. Acesso em: 26 abr. 2025.
CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede. 11. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2011.
CRESWELL, John W. Projeto de pesquisa: métodos qualitativo, quantitativo e misto. 3. ed. Porto Alegre: Penso, 2014.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE. Censo Demográfico 2022: pessoas com deficiência. Brasília, 2023.
LIMA, Daniela; FERNANDES, Roberta. Realidade aumentada e acessibilidade urbana: uma revisão sistemática. Cadernos de Tecnologia e Inclusão, v. 9, n. 2, p. 134-151, 2024.
LIMA, Marina; GONÇALVES, Rodrigo. Barreiras de acessibilidade em portais públicos: uma análise crítica. Revista de Inclusão Digital, v. 6, n. 2, p. 44-61, 2023.
MENDES, Carla; CARVALHO, Pedro. Tecnologias assistivas na era da inteligência artificial: novas fronteiras da acessibilidade. Journal of Accessibility and Design for All, v. 13, n. 2, p. 77-95, 2023.
ONU. Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência. Nova Iorque, 2006. Disponível em: https://www.un.org/disabilities/documents/convention/convoptprot-e.pdf. Acesso em: 26 abr. 2025.
PREECE, Jenny; ROGERS, Yvonne; SHARP, Helen. Interaction design: beyond human-computer interaction. 4. ed. Hoboken: Wiley, 2015.
RAMOS, Beatriz; OLIVEIRA, Caio. Tecnologias emergentes e inclusão digital: avanços e desafios. Revista Brasileira de Tecnologias Inclusivas, v. 6, n. 1, p. 20-37, 2023.
SANTAELLA, Lucia. Cultura e artes do pós-humano: da cultura das mídias à cibercultura. São Paulo: Paulus, 2003.
SILVA, Juliana; ARAÚJO, Marta. Inclusão digital e cidadania: uma análise contemporânea. Revista Brasileira de Inclusão Digital, v. 5, n. 2, p. 45-62, 2021.
SILVA, Pedro; MARTINS, Letícia. Tecnologias assistivas e inclusão educacional: avanços e desafios. Revista de Educação e Inclusão, v. 5, n. 1, p. 22-39, 2023.
SOUZA, Rafael; ALMEIDA, Tânia. Barreiras digitais enfrentadas por pessoas com deficiência visual: estudo de caso. Revista de Inclusão e Acessibilidade, v. 7, n. 2, p. 58-74, 2022.
SOUZA, Rafael; MORAES, Ana; LIMA, Eduardo. Acessibilidade digital em serviços públicos: análise crítica de portais governamentais. Revista de Políticas Públicas e Inclusão Social, v. 8, n. 1, p. 78-93, 2022.
SOUZA, Ricardo; OLIVEIRA, João; MENDES, Lucas. Aplicativos baseados em IA e a inclusão de pessoas com deficiência visual. Cadernos de Inclusão e Tecnologia, v. 9, n. 2, p. 110-128, 2024.
WORLD HEALTH ORGANIZATION – WHO. World report on vision. Geneva, 2019.
WORLD WIDE WEB CONSORTIUM – W3C. Web Content Accessibility Guidelines (WCAG) 2.1. 2018. Disponível em: https://www.w3.org/TR/WCAG21/. Acesso em: 26 abr. 2025.
YIN, Robert K. Estudo de caso: planejamento e métodos. 5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2015.
Downloads
Arquivos adicionais
Publicado
Edição
Seção
Categorias
Licença
Copyright (c) 2025 Nedisson Luis Gessi, Denise Felber Chaves, Mônica Stormowski, Lauri Heckler, Natalie S. Oliveira (Autor)

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Este trabalho está licenciado sob a Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional (CC BY 4.0). Isso significa que você tem a liberdade de:
- Compartilhar — copiar e redistribuir o material em qualquer meio ou formato.
- Adaptar — remixar, transformar e construir sobre o material para qualquer propósito, inclusive comercial.
O uso deste material está condicionado à atribuição apropriada ao(s) autor(es) original(is), fornecendo um link para a licença, e indicando se foram feitas alterações. A licença não exige permissão do autor ou da editora, desde que seguidas estas condições.
A logomarca da licença Creative Commons é exibida de maneira permanente no rodapé da revista.
Os direitos autorais do manuscrito podem ser retidos pelos autores sem restrições e solicitados a qualquer momento, mesmo após a publicação na revista.