A aplicação da guarda compartilhada em famílias reconstituídas: desafios e perspectivas no ordenamento jurídico brasileiro

The application of shared custody in reconstituted families: challenges and perspectives in the brazilian legal system

Autores

  • Luiz Eduardo Tadros Pinho faculdade Santa Teresa Autor
  • Manuella Silva Azedo faculdade Santa Teresa Autor
  • Paulo Queiroz Autor

DOI:

https://doi.org/10.51473/rcmos.v1i1.2025.967

Palavras-chave:

Guarda Compartilhada; Famílias Reconstituídas; Cooperação Parental; Mediação Familiar; Políticas Públicas

Resumo

A pesquisa analisou a aplicação da guarda compartilhada em famílias reconstituídas no ordenamento jurídico brasileiro, investigando seus desafios práticos e perspectivas de aprimoramento. Partiu-se do entendimento de que a guarda compartilhada, consagrada pelos dispositivos legais, busca assegurar o melhor interesse da criança por meio da corresponsabilidade parental. Considerou-se o contexto de novas configurações familiares — decorrentes de divórcios, viuvez e novos casamentos — que impõem dinâmicas específicas de convívio e demandam adaptações nos acordos de guarda. Adotou-se abordagem qualitativa, de caráter exploratório e descritivo, alicerçada em revisão bibliográfica de doutrina especializada, análise normativa das Leis nº 11.698/2008, 13.058/2014 e 14.713/2023, e estudo de acórdãos selecionados dos Tribunais de Justiça e do Superior Tribunal de Justiça no período de 2014 a 2024. Os resultados apontaram que, embora a legislação brasileira tenha evoluído para dar prioridade à guarda compartilhada, sua efetividade permanece condicionada à postura judicial e ao apoio psicossocial disponível. Em famílias reconstituídas, verificou-se complexidade adicional: a necessidade de estabelecer planos parentais que contemplem novas relações afetivas, garantir espaços de convivência equilibrados e prevenir conflitos de lealdade. Concluiu-se que a consolidação da guarda compartilhada em famílias reconstituídas depende de articulação entre aprimoramento legislativo, capacitação profissional e políticas públicas integradas de suporte psicossocial. Recomenda-se aprofundar pesquisas empíricas sobre o impacto de diferentes modelos de apoio — presencial e virtual — na qualidade do convívio infantil, bem como instituir mecanismos de monitoramento e avaliação periódica dos acordos de guarda. Dessa forma, será possível garantir adaptação contínua das normas às transformações sociais e promover, de fato, o melhor interesse da criança em contextos familiares emergentes.

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Biografia do Autor

  • Luiz Eduardo Tadros Pinho, faculdade Santa Teresa

    1 Acadêmico do curso de direito pela faculdade Santa Teresa. Manaus/AM. 

  • Manuella Silva Azedo, faculdade Santa Teresa

    2 Acadêmica do curso de direito pela faculdade Santa Teresa. Manaus/AM.

  • Paulo Queiroz

    3 Formado em Letras: Língua e Literatura Portuguesa e em Direito, com pós-graduação lato sensu em Antropologia Social e pós-graduação stricto sensu em Antropologia Cultural. Doutorando em Antropologia Cultural e Educação. Estudou também Filosofia do Direito e Ciência Política. Atualmente é assessor parlamentar de produção legislativa

    - Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas, e atua como editor e professor universitário.

Referências

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Arquivos adicionais

Publicado

30.04.2025

Como Citar

PINHO, Luiz Eduardo Tadros; AZEDO, Manuella Silva; QUEIROZ, Paulo. A aplicação da guarda compartilhada em famílias reconstituídas: desafios e perspectivas no ordenamento jurídico brasileiro: The application of shared custody in reconstituted families: challenges and perspectives in the brazilian legal system. RCMOS - Revista Científica Multidisciplinar O Saber, Brasil, v. 1, n. 1, 2025. DOI: 10.51473/rcmos.v1i1.2025.967. Disponível em: https://submissoesrevistacientificaosaber.com/index.php/rcmos/article/view/967.. Acesso em: 22 maio. 2025.

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